domingo, 29 de maio de 2011

10 ANOS DE MAGISTÉRIO

Entre o final de maio e o início de junho de 2001, não sei exatamente em que dia, comecei a dar aulas na Faculdade de Direito da UFMG.

Há 10 anos, portanto.

O professor, que era substituto, sofrera um grave problema de saúde e não havia ninguém para assumir a turma. Por indicação do César Fiuza, meu orientador, o Departamento resolveu me convidar para concluir o semestre, como voluntário.

Então, lá estava eu, com seis meses de formado, dando aula de Direito de Família, no 10º período, numa Escola completamente desconhecida pra mim.

Eu, o substituto do substituto.

O semestre terminou e, nas férias, fiz o concurso para professor substituto. Aprovado, exerci por dois anos a função. Depois, no início de 2004, fui aprovado no concurso para professor efetivo e, desde então, permaneço no cargo, em regime de dedicação exclusiva.

No início, a insegurança por pouco não me paralisava. De todos os meus temores, o principal era ver a matéria preparada terminar antes do final do horário. Também me assustavam a possibilidade de aparecer uma pergunta para a qual eu não tinha nem um começo de resposta e o risco de dar um branco total no meio da exposição.

Com a primeira turma e, desde então, tenho procurado fazer o que recomendo a todos os iniciantes: seja honesto, não tente esconder suas fragilidades, mas fale abertamente sobre elas. O que os alunos não toleram é a incompetência associada à arrogância.

Também, desde a primeira turma, tenho pedido aos alunos que me avaliem ao final do semestre. É claro que já tive momentos de profunda tristeza com certo excesso de sinceridade e também com observações que me pareceram injustas. Mas aprendi muito com isso.

Do início até aqui, muita coisa mudou. Quase tudo, na verdade. Mas o que sinto em relação ao magistério permanece inalterado: espanto, sofrimento, angústia, esperança.