terça-feira, 6 de abril de 2010

O PREÇO DA INTEGRIDADE

Um ex-aluno, agora colega de magistério jurídico, contou-me a história de como perdeu o emprego. Convidado a integrar bancas de monografia de final de curso, identificou plágio em três trabalhos. Comunicou previamente o professor orientador, apresentando-lhe, inclusive, as fontes de que os estudantes haviam se utilizado. Nenhuma providência foi tomada, não lhe restando alternativa senão reprovar os candidatos. Passados alguns dias, a coordenadora do curso lhe apresentou atas em que os tais candidatos apareciam como aprovados, pedindo-lhe insistentemente que as assinasse. Tendo recusado, foi demitido depois de alguns dias, por telefone. Foi assim que o meu ex-aluno perdeu o emprego, à custa de manter a integridade.

3 comentários:

Mari Avelar disse...

No ensino-indústria não há ética. Há lucro. E o lucro vem com a satisfação de quem paga. É uma realidade muito triste!

Unknown disse...

Fora a politicagem que sabemos que acontece... triste..
Soube de um caso: havia 4 candidatos a 3 vagas de juiz.. um deles não tinha nenhum conhecido influente e os outros 3 sim... apesar do primeiro ser o mais preparado pra vaga (tanto que ele estudava com os outros, dando aulas pra eles), adivinha quais foram os selecionados?? Isso já foi há alguns anos.. e na época o cara num teve como provar nada, mesmo sabendo de 2 dos selecionados, antes da banca, que ele não conseguiria... 2 desses juízes foram exonerados, sendo que um por envolvimento na máfia dos concursos!! Resultado: pelo menos dois pilantras entraram, tirando a vaga de um competente, tudo por politicagem barata! ABSURDO!

Anônimo disse...

Apenas a ponta de um iceberg. Em um sistema de ensino no qual, efetivamente, não há o preparo de pessoas mas o inflar de egos em busca do "reconhecimento alheio" e do almejado "status social" a monografia final, que poderia coroar todo um trabalho desenvolvido na academia, passa a ser o último obstáculo que deve ser ultrapassado em uma corrida que começa viciada desde o início. O problema não está no fim,mas no começo, na essência. O produto final de uma indústria nada mais é que o resultado de todo o processo de sua linha de produção. Exatemnte por isso, posturas tais como a apresentada no post são legitimadas nas instuições de ensino e, aqueles que delas discordem, não vão contra uma "monografia", mas contra todo um modelo pré-estabelecido para determinados fins(por sinal, já bem conhecidos).