sábado, 6 de agosto de 2011
SEUS ALUNOS SABEM VOAR?
Na última reunião do CONPEDI (Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito), em Belo Horizonte, assisti a uma palestra sobre metodologia do ensino, muito bem preparada e ministrada com muita competência. Confesso que aprendi coisas muito interessantes. Mas algo me incomodou profundamente. É que o palestrante fazia questão de falar que tinha o hábito de prometer pontos para todo tipo de comportamento que esperava de seus alunos, o que garantia o sucesso de suas atividades pedagógicas. Suas aulas e palestras eram sempre muito concorridas. Os alunos recebiam uns pontinhos extras para frequentá-las. Todas as tarefas que indicava eram prontamente realizadas. Pontinhos extras para os alunos. Seu blog era muito acessado. Mais pontinhos extras.
Saí de lá e fiquei pensando no assunto. Não gostava nada daquilo. E a liberdade para aprender? E a liberdade para não aprender? E a construção ou afirmação da autonomia?
Passados alguns dias, já nas férias, fui reler um livro de um dos meus escritores favoritos, o C. S. Lewis, autor de As Crônicas de Nárnia.
Em A Abolição do Homem, o brilhante professor de Cambridge, falecido em 1963, propõe a distinção entre educação antiga e educação nova. E foi lá que eu encontrei uma resposta tranquilizadora. Poucas vezes eu desejei tanto ser antigo como no momento em que li o seguinte trecho:
"Enquanto a [educação] antiga promovia uma iniciação, a nova apenas 'condiciona'. A antiga lidava com os alunos da mesma maneira como os pássaros crescidos lidam com os filhotes quando lhes ensinam a voar; a nova lida com eles mais como o criador de aves lida com os jovens pássaros - fazendo deles alguma coisa com propósitos que os próprios pássaros desconhecem".
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Um comentário:
Espero que todos os professores nos incentivem a ser pássaros livres
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