Na semana passada, fui a dois velórios, de dois professores. De dois grandes professores. Ambos tinham aproximadamente 90 anos. Ambos haviam sido diretores de importantes instituições de ensino. Ambos ainda trabalhavam nessas instituições mesmo depois da aposentadoria. Ambos eram tidos como grandes mestres e grandes administradores. Em ambos os casos, houve suspensão das atividades escolares e decretação de luto oficial.
Uma das cerimônias aconteceu num auditório lotado, com mais de 400 pessoas. A viúva, os filhos, os netos e os bisnetos em volta do caixão. Uma multidão de amigos e ex-alunos. Uma dezena de discursos emocionados. Hinos. Poesias. Lágrimas. Abraços. Gratidão.
Na outra, umas vinte ou trinta pessoas. Na maioria, colegas de trabalho. Da família, acho que um neto, apenas. Um único discurso, oficial, breve e frio.
E eu fiquei pensando na vida. E na morte.
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