Precisamos aprender algo com Alberto Caeiro, um dos heterônomos de
Fernando Pessoa, quando ele diz as seguintes palavras: "Meu olhar é nítido
como um girassol. E o que vejo a cada momento é aquilo que nunca antes eu tinha
visto, eu sei dar por isso muito bem... Sei ter o pasmo essencial que tem uma
criança se, ao nascer, reparasse que nascera deveras... Sinto-me nascido a cada
momento para a eterna novidade do mundo".
Quando nossos alunos frequentam as aulas, apresentam bom comportamento e
tiram boas notas, é natural concluir que tudo vai bem. Mas pode ser que não. É
possível que eles frequentem as aulas só por causa do controle de frequência ou
só porque acham que não podem deixar de tomar nota de tudo que for dito. É
possível que eles ser comportem bem somente por conta do tédio ou do medo de
uma repreensão pública. É possível que eles tirem boas notas só porque as
avaliações são óbvias ou só porque desenvolveram excelentes mecanismos de cola.
Precisamos urgentemente deixar de acreditar no que os nossos olhos veem.
Precisamos diligentemente fazer as perguntas que ainda não foram feitas.
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