quarta-feira, 19 de agosto de 2009

COMO LIDAR COM ALUNOS DESMOTIVADOS



Em recente visita a minha terra natal, a bela e pacata cidade de Mantena, no interior de Minas, encontrei-me com a secretária municipal da Educação, Maria do Rosário Baía, a Ruzza, como nós, seus ex-alunos, a chamamos.

Ruzza era das poucas professoras que impunham respeito apenas por sua presença, sem precisar pedir silêncio e muito menos apelar para qualquer método autoritário.

Uma das passagens mais especiais de minha trajetória escolar se deu justamente quando da devolução de uma de suas provas. Estávamos na 8ª série. O fato foi tão marcante que guardo a avaliação até hoje. A nota era sofrível, 7 pontos em 20.

Mesmo com o péssimo resultado, a professora não me chamou para uma daquelas conversas chatíssimas. Não intimou meus pais a comparecer para uma reunião. Não me disse palavras duras.

Apenas escreveu algumas frases na parte superior da prova (clique na figura para ler).

Só.

Essas palavras me fizeram pensar. Produziram profundo impacto em mim. Jamais pude esquecê-las. Muito sutilmente elas me ajudaram a crer que eu podia mais.

Não tenho nenhuma receita de como lidar com alunos desmotivados, ao contrário do que o título parece sugerir.

Sobre o assunto, só tinha mesmo essa história pra contar.

2 comentários:

Unknown disse...

Ruzza, Lúcia... personagens especialíssimas de um tempo bom que vale a pena recordar. Suas palavras, meu querido Giordano, trouxeram lembranças de pessoas que realmente fizeram diferença em nossas vidas, numa escola pública, sem muitos recursos, mas com muitos valores. Quanta saudade!
Um grande abraço, novamente parabéns pela iniciativa,
Giovanna.

Giordano Bruno Soares Roberto disse...

Jô,

Que bom que você apareceu! Já faz algum tempo que a nossa turma se separou e cada um seguiu seu caminho. Mas quando a gente se encontra ou quando apenas falamos uns dos outros, é como se tivéssemos acabado de assitir a uma aula da Ruzza, ou da Lúcia, ou do Paulo, ou da Rosita...

Se o Guimarães Rosa estiver certo e toda saudade for mesmo "uma espécie de velhice", eu tô velho, Jô, muito velho.

Um grande abraço pra você e para os meninos.

Giordano.