terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Não gosto do professor de Empresarial. O que devo fazer?

Pergunta enviada por um estudante do 8º período:

Não gosto do professor de Empresarial. Ele é bem fraquinho. O que devo fazer?

Resposta do Professor Doutor (e Pós Doutor) Lemos:

Olha, infelizmente, na verdade, a ética profissional me impede de tratar a questão com a clareza de costume. Não posso correr o risco de criticar um colega. Você diz que ele é fraquinho. Tudo bem, que seja. Mas quem sou eu para falar disso? E não é porque ele é feio, cospe enquanto fala, diz “pobrema” ao invés de “problema”, falha mais que o ataque do Galo, não é por isso que ele é mau professor. Tente perceber suas qualidades mais profundas, aquelas tão escondidas que ninguém vê, que nem mesmo ele sabe que tem, e que talvez ele não tenha, de fato. Procure evitar que a turma faça abaixo-assinado para pedir a cabeça do nobre colega. Todo mundo sabe que a Coordenação do Curso não pensaria duas vezes, né? Então, vocês não deveriam fazer isso. Tudo bem que poderia vir um professor bem melhor, mais novo, com doutorado e tudo. Mas pensem no pobre coitado. Por mais tentador que seja, não alimentem esse tipo de ideia. E tem mais: vejam a matéria que ele é obrigado a lecionar! Ninguém merece! No século XIX, chamava-se Direito Mercantil. No século XX, Direito Comercial. E agora, Direito Empresarial. Francamente, como levar a sério uma disciplina que não sabe nem o próprio nome? E como esperar que os alunos se interessem por coisas tão estranhas quanto letras de câmbio, cheques, duplicatas e cédulas de crédito rural? Então, vou resumir para os que têm dificuldade de entender. O professor é ruim? É. Ou melhor, pode ser que seja. Mas quem sou eu para criticar um colega? Ou sugerir algo que o possa prejudicar? Não esperem isso de mim, meninos. Não vou cair nessa. Jamais. Definitivamente. 

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