Quando ouvia a pergunta “quantos anos você tem?”, Rubem Alves tinha uma resposta padrão: “Não sei”. E se o interlocutor fizesse cara de dúvida, ele explicava: “Não sei quantos anos ainda tenho pela frente; é impossível saber. Mas apenas quantos não tenho, que são exatamente os que eu já vivi”.
Ao falar desse modo, é possível que o escritor mineiro tivesse em mente a seguinte advertência bíblica, registrada na Carta de Tiago:
Ouçam agora, vocês que dizem: "Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade, passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro”. Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa. Ao invés disso, deveriam dizer: "Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo".
Todo cristão deveria saber que seus projetos são falíveis. Na verdade, qualquer pessoa, independentemente do modo como encara a vida, já teve expectativas frustradas e sabe como isso pode ser desagradável.
Ainda assim, o planejamento pessoal tem o seu lugar e todos podem tirar proveito do hábito de elaborá-lo.
A primeira dúvida é sobre o lapso temporal que deve ser coberto pelo exercício. E cada um deve descobrir o que faz sentido para seus propósitos. Eu gosto de fazer planos anuais, mensais, semanais e diários.
No planejamento anual, além de revisar a missão, é o momento de estabelecer ou avaliar as metas pessoais. No entanto, pode ser interessante não trabalhar com um número excessivo. Christian Barbosa recomenda, no máximo, oito metas para o período de um ano. E isso não significa que todas devam ser atingidas nesse intervalo. É só lembrar que as metas de médio e longo prazo abrangem vários anos. O negócio é pensar naquelas que serão objeto de atenção nos próximos 365 dias.
O principal propósito do planejamento mensal é definir as metas que terão atenção prioritária no período. Christian Barbosa sugere, no máximo, quatro.
No planejamento semanal, é hora de afunilar mais um pouco e escolher duas metas para atenção prioritária. Para Christian Barbosa, é nesse momento que se deve elaborar a listas das tarefas que serão executadas no dia-a-dia. Para ele, a semana é a unidade básica do planejamento.
O planejamento diário, para quem decide fazê-lo, é o momento certo para a distribuição das atividades. Ao realizá-lo, deve-se observar os projetos em curso e as metas prioritárias e, a partir daí, escolher as tarefas que serão enfrentadas ao longo do dia. Descontas as horas já ocupadas com compromissos, é possível saber quantas estão disponíveis para trabalho. Ao listar as tarefas, além de prever as horas ou os minutos que serão gastos em cada uma, deve-se cuidar de classificá-las como importantes, urgentes ou circunstanciais, pois, somente assim, será possível avaliar a qualidade de utilização do tempo.
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