quarta-feira, 10 de agosto de 2016

A Diversidade na Sala de Aula

Hoje, nas duas turmas do terceiro período diurno, perguntei qual o pior defeito e qual a maior virtude da Faculdade de Direito da UFMG.

Entre as virtudes, a que mereceu maior número de referências foi a possibilidade de realizar atividades interessantes fora da sala de aula, com destaque para os grupos de estudo. Também foram citados o engajamento dos alunos em atividades políticas, sociais e culturais, a qualidade dos alunos e dos professores, a diversidade que se ampliou bastante depois da implantação das cotas, o bom posicionamento dos egressos da Faculdade no mercado de trabalho, a interação com os estudantes de outros períodos do curso, o incentivo à prática esportiva e a relativa liberdade para construir a trajetória acadêmica.

Entre os defeitos, foram mencionados os vários problemas de infraestrutura, a dificuldade de sistematizar e compartilhar informações importantes para a vida acadêmica, a desorganização e o excesso de burocracia dos vários setores administrativos, a falta de interesse e de preparação de muitos professores, os obstáculos para a interação com outros cursos da Universidade e o culto geralmente pouco crítico ao passado supostamente glorioso da Faculdade.

Mas há um defeito que foi citado com maior ênfase e que me deixou bastante preocupado. Alunos de ambas as turmas mencionaram que a intolerância em relação às opiniões divergentes tem simplesmente envenenado as relações pessoais. Sim, jovens entre 18 e 20 e poucos anos, no âmbito de uma grande universidade pública, não estão encontrando espaço para expressar livremente o seu modo de pensar.

E aí eu fico me perguntando que raio de diversidade é essa que só aceita o diverso quando ele é bem parecido com aquilo de que se gosta.

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