quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Que Livro Você Indica, Professor?

Nunca achei fácil a tarefa de indicar livros didáticos nas turmas de graduação em Direito. Entre os extremos de adotar um manual como leitura obrigatória e não fazer qualquer tipo de sugestão bibliográfica, já tentei vários formatos. Nos últimos semestres, no entanto, parece que encontrei uma solução satisfatória. No primeiro dia de aula, peço aos alunos que cuidem de trazer, na aula seguinte, ao menos um livro didático. Esclareço que eles podem se dirigir à Biblioteca e que não terão dificuldade de encontrar vários títulos diferentes.

No dia marcado, separo a turma em grupos de quatro ou cinco estudantes e peço para que, ao analisar os manuais, tentem descobrir semelhanças e diferenças, pontos positivos e pontos negativos. Sugiro que eles observem o sumário e tenham o cuidado de perceber o estilo de cada autor. Reservo algo em torno de 20 minutos para a atividade. Em seguida, peço aos grupos que indiquem os manuais consultados e apontem o resultado das discussões.

Para minha surpresa, em muito pouco tempo, os grupos conseguem descobrir as principais características de cada livro. Uns têm linguagem mais rebuscada, outros têm linguagem mais clara. Uns são mais abrangentes, outros são mais sintéticos. Uns foram escritos para o público universitário, outros para o público dos concursos. Uns são mais críticos, outros são mais esquemáticos. Uns são mais antigos, outros mais recentes.

Ao final, só me resta observar que cada estudante deve escolher os textos que utilizará em sua preparação, de acordo com os que estão disponíveis e em razão da afinidade com as características apontadas.

Um comentário:

Hugo disse...

Eu descobri que é uma má ideia perguntar ao professor qual livro ele recomenda. Normalmente o autor que ele indica é o que tiver a mesma posição que ele numa subdiscussão doutrinária X. Melhor é perguntar a um veterano, que vai ter mais noção das reais necessidades do estudante.