domingo, 28 de janeiro de 2018

"Pista 2: Que tipo de velhinho você pretende ser?"

“A Linha Mágica”, antiga lenda francesa, conta a história de Pedro, menino ansioso, “que não gostava de ir à escola e passava o tempo todo sonhando acordado”, cuja vida mudou ao receber de presente uma bola prateada, da qual saía uma linha de seda dourada. Sempre que puxava a linha, o tempo passava mais rapidamente. E foi isso que Pedro fez inúmeras vezes. Usou a linha mágica primeiramente para sair mais cedo da escola, depois para começar a trabalhar como carpinteiro, depois para cumprir o serviço militar, depois para se casar com Lise, depois para ver os filhos crescidos, e assim por diante. O problema é que, ao agir assim, mal podia notar que também envelhecia, seus filhos saiam de casa, pessoas queridas adoeciam e morriam, e a vida passava sem que ele, de fato, a pudesse viver. 

É por isso que o próximo exercício deve ser feito com cuidado, pois é preciso viver um dia de cada vez.

Sugiro que você vá para um lugar tranquilo, com uma folha de papel e uma caneta. Inicialmente, escreva sua idade atual. Depois, anote alguns marcos temporais, tais como 60 anos, 70 anos e 80 anos. Pense em como você gostaria de estar em cada um desses momentos, no que gostaria de estar fazendo. Em seguida, pense em como as escolhas de agora podem repercutir nas conquistas do futuro. Muita coisa que parece fazer sentido hoje pode simplesmente se dissolver quando colocada num quadro mais abrangente. Do mesmo modo, inúmeras atividades que atualmente parecem não ter importância alguma, quando vistas em perspectiva, podem se mostrar indispensáveis.

Sempre que me imagino com 80 anos, vejo um velhinho de cabelos brancos (sim, eu espero não estar totalmente careca), franzino (sim, pretendo emagrecer), acompanhado de minha esposa (que parece ainda mais linda, se é que é possível), morando em uma casinha pequena, no alto de uma montanha (mas também pode ser à beira-mar), acordando bem cedo para caminhar e meditar, lendo bons livros, escrevendo umas coisinhas e, de vez em quando, recebendo a visita de pessoas que amo.

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